Clarissa Gomes
Integrantes do Serviço Geológico do Brasil (SGB), do Ministério das Minas e Energia, estão em Santa Cruz do Sul, desde outubro do ano ado, mapeando as áreas sujeitas a inundações, deslizamentos e outros perigos, a fim da implementação do Plano Municipal de Redução de Riscos (PMRR). Nesta semana, eles estiveram com o prefeito Sérgio Moraes (PL) e apresentaram resultados parciais do trabalho.
A expectativa é que o levantamento seja entregue à Prefeitura em novembro deste ano. Ele servirá para auxiliar o município na mitigação dos riscos geológicos, orientando na formulação de diretrizes para obras de engenharia que reduzam os perigos nos bairros. Além de um diagnóstico completo das áreas de risco, constará a estimativa de populações atingidas e serão sugeridas intervenções necessárias, de curto, médio e longo prazos, para atenuação dos riscos.
O coordenador da Defesa Civil, coronel Cesar Eduardo Bonfanti, esclareceu que o projeto será uma ferramenta essencial de planejamento urbano, permitindo que a Prefeitura possa identificar problemas e sugerir soluções para minimizar os riscos. “O mais importante é que, ao final do trabalho, teremos soluções e orçamentos que vão facilitar o encaminhamento das nossas necessidades junto ao governo federal. A grande dificuldade dos municípios, hoje, é ter esse levantamento e os projetos, afinal são obras caras, que demandam estudos muito qualificados”, explicou.
Esta semana, a equipe, formada por quatro geólogos, finaliza a primeira etapa, que é o levantamento de campo geológico, onde são analisadas tanto vias públicas quanto áreas privadas, levando em consideração rachaduras, escorregamentos de terra e registros anteriores de enchentes. O acompanhamento é feito pela Defesa Civil e equipes técnicas de diversas secretarias municipais.
Dados parciais
Alguns resultados foram apresentados ao prefeito no encontro. O levantamento apontou 130 setores considerados áreas risco para deslizamentos, inundações e outros perigos. Para deslizamentos, quatro foram classificados como de muito alto risco, 27 de alto risco e 36 de médio risco. Já para inundações, oito foram classificados como de muito alto risco, 25 de alto risco e 30 de médio risco.
Após a etapa de campo, iniciarão os trabalhos de escritório, com a criação de mapas temáticos para a identificação das áreas onde serão sugeridas obras de alto e muito alto risco e mensuradas interferências de infraestrutura. Também está prevista a realização de um estudo de suscetibilidade natural do relevo, o que vai auxiliar o município na atualização do Plano Diretor, permitindo aos gestores planejar melhor o crescimento da cidade, evitando também o perigo das ocupações desordenadas.
No Rio Grande do Sul, além de Santa Cruz do Sul, o município de Bento Gonçalves foi escolhido pelo Ministério das Cidades para implementação do Plano Municipal de Redução de Riscos. Em outras partes do país, nove planos semelhantes estão em andamento, também sob condução do Serviço Geológico do Brasil.
