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Em audiência na Embaixada do Brasil em Genebra, na Suíça, ontem, o presidente da Associação dos Municípios Produtores de Tabaco (Amprotabaco), Gilson Becker, destacou a importância de o país manter uma posição firme em defesa da cadeia produtiva do tabaco durante a 11ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco (COP-11). Este evento ocorrerá de 17 a 22 de novembro e poderá discutir novas restrições ao cultivo e comercialização do produto.
O encontro, marcado com o embaixador, Tovar da Silva Nunes, é uma espécie de preparação para a conferência, na qual o posicionamento da cadeia produtiva do tabaco foi encaminhado à diplomacia brasileira na Suíça. Becker, que também é prefeito de Vera Cruz, avaliou positivamente a receptividade do representante brasileiro e da ministra-conselheira da saúde na Organização das Nações Unidas (ONU).
Na audiência foram abordadas as preocupações centrais do setor produtivo do tabaco, como o avanço do contrabando e a crescente presença de cigarros eletrônicos no Brasil. “Mesmo sem autorização para comercialização e fabricação no país, os cigarros eletrônicos já estão presentes de forma expressiva”, alertou Becker. Segundo ele, Tovar Nunes demonstrou sensibilidade ao tema, reconhecendo os riscos do mercado irregular.
A Amprotabaco apresentou dados que reforçam o peso econômico do tabaco no Brasil, que é o maior exportador mundial, com 90% da produção voltada ao exterior. “São 130 mil famílias diretamente envolvidas na produção, mais de 600 mil pessoas no campo, 40 mil nas empresas e mais de 1 milhão de brasileiros impactados direta ou indiretamente pela atividade”, enumerou Becker.
O presidente também ressaltou a estrutura e a rentabilidade das propriedades produtoras, sendo atividade centenária o cultivo do tabaco, responsável pelo desenvolvimento das comunidades. As famílias trabalham, em média, com menos de 3 hectares dedicados ao tabaco em pequenas lotes diversificados, obtendo renda muito superior à de outras culturas. “Este cultivo é uma das principais atividades econômicas e sociais, que ajuda a sustentar a economia e promover o desenvolvimento de mais de 500 municípios do Sul do Brasil e da Bahia”, reforçou.
“O embaixador se comprometeu a buscar mais informações e trabalhar para que o posicionamento do Brasil na COP-11 não imponha novas restrições à cadeia produtiva do tabaco”, revelou Gilson Becker. A missão internacional é integrante ainda pelos presidentes do Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco (SindiTabaco), Valmor Thesing; da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva, Romeu Schneider; e da Associação dos Fumicultores do Brasil, Marcílio Drescher; e representações da Associação Brasileira da Indústria do Fumo e do SindiTabaco da Bahia.