Divulgação/Câmara dos Deputados
Guilherme Athayde
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Oficializada no final do mês de abril, a federação entre os partidos União Brasil e Progressistas (PP) criou um superbloco político na Câmara de Deputados e no Senado. Criada em 2021, a Lei 14.208 modifica a Lei dos Partidos, de 1995, permitindo que duas siglas distintas atuem nas eleições como uma única agremiação partidária por no mínimo quatro anos, chamada de federação.
Batizada de União Progressista Brasileira, a federação a a ter o maior número de deputados, senadores e prefeitos do país. Cada legenda mantém a sua autonomia, mas são avaliadas pela lei em conjunto, para ar recursos do fundo eleitoral e no tempo de rádio e TV nas eleições, por exemplo.
O presidente do União Brasil em Santa Cruz do Sul, Décio Hochscheidt, entende que a federação entre os partidos possibilita a junção de forças, mantendo a ideologia de cada um e criando uma base forte para as futuras eleições, sem a necessidade de fusão. Sobre uma candidatura para a Prefeitura, o dirigente acredita que ainda é cedo para uma discussão mais aprofundada.
“Agora, com a federação, aumenta a possibilidade de sucesso na eleição, tanto na proporcional quanto na majoritária, pois para o cargo de vereador vão concorrer os melhores candidatos de cada partido. Quanto a questão de se ter candidato na majoritária, adianto que é muito cedo para tratar o assunto, mas não descartamos a possibilidade de indicar ou apoiar um nome. O certo é que estaremos de maneira muito forte nas próximas eleições”, pontua.
Em nível federal, o União Brasil, nascido da fusão do Democratas (DEM) e do Partido Social Liberal (PSL), possui dois ministros no governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT): Celso Sabino, do Turismo, e Frederico Silveira Filho, das Comunicações. Hochscheidt destaca que a direção nacional ainda irá avaliar a sequência da participação no governo Lula, já que a tendência é de não apoiar o PT nas próximas eleições presidenciais.
“Federação resgata origens ideológicas”, avalia Progressistas
O presidente do Progressistas em Santa Cruz, Henrique Hermany, destaca que o partido ainda aguarda mais esclarecimentos sobre a composição da federação na atuação estadual e nos municípios. Ex-vereador e secretário municipal, ele aponta que a associação cria “uma grande união de centro-direita” e remonta a uma época de bases ideológicas mais fortes nas agremiações políticas do Brasil.
“O União Brasil é uma descendência do então PFL, e acho que a União Progressista, entre o Progressistas e o União Brasil, resgata a essência do antigo PDS de uma parte, quando a gente tinha uma situação de menos partidos políticos, um número menor de agremiações político-partidárias. Acaba resgatando um fenômeno inverso da política, que é o pluripartidarismo. Essas federações acabam por retomar ideologicamente aqueles que eram na origem os partidos políticos mais tradicionais”, observa Hermany.
Após ser lançada, em 29 de abril, a federação entre União Brasil e Progressistas ainda não foi oficializada junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Antonio Rueda, presidente nacional do União Brasil, destacou, na data de lançamento, que a federação terá um comando compartilhado nos primeiros meses, entre ele e o presidente do Progressistas, Ciro Nogueira, sem distinção hierárquica.
Por enfrentar um ime na utilização da sigla UP, já registrada pelo partido Unidade Popular, a denominação, inicialmente chamada de “União Progressista” foi rebatizada de União Progressista Brasileira (UPB). O pedido de formalização deve ser registrado no TSE em breve, para participar das eleições em 2026.
Federação União Brasil/Progressistas
•14 senadores, 109 deputados, 1.350 prefeitos e 12 mil vereadores
•20% dos parlamentares na câmara e no senado
•Ministérios: Esportes – André Fufuca (PP-MA); Turismo – Celso Sabino (União Brasil-PA)
•Ministros indicados pelos partidos: Comunicação – Frederico Silveira Filho (União Brasil-PE); Integração e Desenvolvimento Regional – Waldez Góes (PDT-AP, indicado pelo União Brasil)
•Fundo eleitoral: R$ 951 milhões
